tag:blogger.com,1999:blog-32275584666429352812024-03-08T07:15:33.251-03:00Eu e meu amigo PânicoUnknownnoreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-35886866529747394622008-03-03T11:30:00.002-03:002008-03-03T11:41:38.865-03:00ÚLTIMO CAPÍTULO<strong><span style="font-size:180%;color:#cc0000;">E resolveram ser felizes para sempre...</span></strong><br /><strong><span style="color:#000000;"></span></strong><br /><strong>Nesta vida, todo mundo trilha a sua própria estrada. Por isso, minha estória com Pânico acaba aqui.</strong><br /><strong></strong><br /><strong>Nessa de ser engraçada, peguei carona numa viagem que não era a minha...e acabei errando</strong><strong> o caminho. Errando feio. </strong><br /><strong></strong><br /><strong>Então é o seguinte. Deste ponto, meu amigo, não ando mais. Estou voltando para o começo e mudando a direção. Perdi um tempão, é verdade. Mas tenho o resto da vida para trilhar o caminho certo, o meu caminho.</strong><br /><strong></strong><br /><strong>E este sim, acaba à beira-mar. <span style="font-size:180%;">Aloha</span>!</strong><br /><strong></strong>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-47878989359612063172008-02-25T11:44:00.006-03:002008-02-25T12:34:57.987-03:00Parte 16 - Por um mundo mais perto de casa.Pouco ouvi a respeito mas a melhor invenção dos últimos tempos foi a união entre Blockbuster e Americanas Express. É, simplesmente genial.<br /><br />No mundo do marketing e da concorrência, é costume copiar do outro tudo aquilo que a gente acha legal, ou que as pessoas que vão e compram acham legal. Que a Blockbuster é um desperdício de prédio, plástico e Häagen-Dazs, todo mundo sabe. Que os filmes disponíveis eram lamentáveis, também. Mas ao incorporar (ou ser incorporada, é melhor) pela Americanas Express, ela concretizou o conceito de conveniência. <br /><br />Agora funciona assim. Eu compro fralda, suco, saco plástico e outras várias coisinhas de casa com muito mais facilidade, sem a loucura dos supermercados. Porque isso era bom da Blockbuster, é bem fácil de chegar e de sair!<br /><br />Além disso, a locadora que eu amo, que oferece filmes maravilhosos, como Baraka, agora oferece muito mais produtos de conveniência, além da pipoca e do refrigerante. Outro dia comprei lá um chinelo para Maria, tamanho 19.<br /><br />Diga aí se não é uma maravilha!!!<br /><br />Pois, aproveitando a maravilha do mundo capitalista, despachei as crianças e fiquei , eu e meu marido em nosso <em>coccun.</em> Zapeamos a televisão. Bebeto em pânico. Thatiana em pânico. Cubanos em pânico. Moço do Bradesco em pânico na contramão. Timothy em pânico. Resolvemos assistir ao filme que alugamos, Miss Potter.<br /><br />Lindo, doce e emocionante, de partir o coração. Partiu o meu. Depois vimos o último da trilogia Borne. Pisquei duas vezes. Não entendi mais nada e fui dormir.<br /><br />Juro que por um instante pensei no meu amigo Pânico, as crianças dormindo fora de casa gera uma certa ansiedade. Mas, nem sinal. Resolveu ficar com Bebeto neste fim de semana.<br /><br />Não precisa se apressar, viu amigão.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-70567134767544328452008-02-16T13:54:00.005-02:002008-02-16T14:49:59.147-02:00Parte 15 - Tirando as máscarasA quem estou tentando enganar?<br /><br />Tudo bem, tenho um lado engraçado e me esforço para não levar as coisas da vida assim tão à sério. Não tenho dúvidas que rir sempre é a melhor saída...mas, sejamos sinceros, viver com Pânico não é assim tão fácil. Muito menos engraçado.<br /><br />Alguns terapeutas acreditam que a resposta para o Pânico está na infância, geralmente ligado ao sentimento de abandono. Outros, que é o acúmulo de anos vivendo sob estresse e ansiedade. Meu marido acha que é carência. Minha mãe acha, tenho plena convicção, que é um esforço extraordinário para chamar atenção. Sou a filha do meio. Não sei se meu pai acha alguma coisa disto tudo.<br /><br />Eu acho, sinceramente, que é uma maldição.<br /><br />Sou controladora, assumo. Gosto de manter a vida sob controle. Muitas vezes, as pessoas também. Mas isso não é uma escolha. Odeio mudanças, odeio surpresas. Odeio a sensação de impotência. Controlar o mundo é uma maneira muito sincera de sobreviver. Acredite você ou não.<br /><br />Pra mim, viver com Pânico é viver em alerta, todos os dias, o tempo todo. Até a exaustão.<br /><br />Isso quer dizer que durante um almoço com os amigos, brincando no parque com as crianças, fazendo compras no supermercado ou simplesmente assistindo televisão posso ter uma crise de ansiedade...que se torna Pânico.<br /><br />Com o tempo, já aprendi a identificar o início da crise, não paro mais na emergência do hospital. Nessas horas, faço coisas que me acalmam como tomar um banho gelado, ou pôr na nuca um saco de gelo. Se não adiantar, uma ou duas latas de cerveja. São infalíveis.<br /><br />Ainda não consigo tomar remédios, nem fazer terapia. Falar no assunto ainda é um desafio. Mas disco, todos os dias, o número da terapeuta no celular. E desligo antes da ligação completar.<br /><br />Ontem tomei 3 long necks. Acabo de esvaziar uma latinha. Minha filha apareceu no quarto. Pedi, com muito jeito que fosse descansar. Tive de insistir. Então, ordenei. E ela me obedeceu, sem antes documentar sua indignação.<br /><br />"Poxa, mãe, eu também estou cansada". Ela tem 4 anos.<br /><br />Esta é a minha vida. Esta é a minha estória com meu amigo Pânico.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-2315736118612346432008-02-15T17:39:00.001-02:002008-02-15T17:41:01.764-02:00Parte 14 - Homenagem à Saricota<blockquote><span style="font-size:130%;">"Viver com meu amigo Pânico<br />é como num jogo de truco.<br />A gente nunca sabe<br />quem roubou o zap."<br /></span></blockquote><br />A partir de hoje, sexta-feira será um dia especial. Farei homenagens a ilustres personalidades da comunidade "eu tenho um amigo parecido com o seu". A ilustre de hoje é Saricota, uma mãe de família cuidadosa e muito dedicada.<br /><br />Saricota, fique bem, os filhos crescem. Só os maridos que não.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-6637295288811697402008-02-15T17:38:00.001-02:002008-02-15T17:38:23.077-02:00Saricota Sindrome De Pânico<div xmlns='http://www.w3.org/1999/xhtml'><p><object height='350' width='425'><param value='http://youtube.com/v/1IbEvMF-FGY' name='movie'/><embed height='350' width='425' type='application/x-shockwave-flash' src='http://youtube.com/v/1IbEvMF-FGY'/></object></p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-28270297607732654732008-02-14T15:18:00.005-02:002008-02-15T15:54:36.255-02:00Parte 13 - O amor é cego mas sabe lerDe acordo com quem estuda a mente e a evolução humana, os seres humanos podem ser classificados e diferenciados a partir de 9 dinâmicas de personalidade, constituídas pelo equilíbrio dos princípios mental, emocional e físico. Cada dinâmica é absolutamente coerente e se distingue das demais por seu estilo particular de combinar o princípio central e suas dimensões na personalidade.<br /><br /><span style="font-size:130%;">Super legal</span> mas depois que conheci meu amigo Pânico, simplifiquei um pouco essa estória. Passei a classificar o mundo entre <span style="font-size:130%;">os aceitáveis</span> e os <span style="font-size:130%;">sem noção</span>.<br /><br />Minha mãe, aceitável. Thalita do BBB, sem noção. Diogo Mainardi, aceitável. Fernanda Young, sem noção. Minha irmã, aceitável. Minha cumadre, que batizou minha primeira filha, totalmente sem noção.<br /><br />Meu marido, no entanto, se mantém incógnito.<br /><br />Todo dia ele me acorda com uma xícara de café bem quente e um pão com manteiga. Mas sem prato, sem pires ou guardanapo. Bandeja, nem pensar. Já é pedir demais. “<span style="font-size:130%;">Fica quieta que não</span> <span style="font-size:130%;">cai farelo</span>”, ele diz.<br /><br />Entre as coisas que ele não aprendeu quando era pequeno e provavelmente, vai morrer sem aprender, estão, amarrar o sapato – vive pisando no cadarço; encher a mamadeira de suco – não consegue acertar o gargalo; comer sem babar na gravata e, em especial, comer arroz sem deixar um grãozinho pendurado no queixo.<br /><br />"<span style="font-size:130%;">Isso é sério</span>?”. "<span style="font-size:130%;">Sério o quê</span>?". E eu sigo amando o imbecil.<br /><br />Bom, a última dele, vocês vão ter que concordar, foi indefensável.<br /><br />Esta semana não foi muito boa para nós, tive brigas horríveis com Pânico, resolvi beber e afogá-lo, depois me arrependi, fizemos as pazes, brigamos de novo e por fim, me arrependi por ter me arrependido. Vendo o meu sofrimento, o bem amado resolveu interferir.<br /><br />“<span style="font-size:130%;">Posso fazer alguma coisa</span>?”<br />“Me ajude a dar um <em>final cut</em> neste Pânico dos infernos”, retruquei.<br />“Tá”. E não falamos mais no assunto.<br /><br />No outro dia pela manhã, lá vem ele com a xícara pingando e o pão, agora sem manteiga. “Toma, <strong>gostosa</strong>.” E o show continuou. “Alcança uma fralda aqui pra mim, ô<strong> tesão</strong>.” “Deixa que eu levo as crianças na escola, tá <strong>boazuda</strong>.”<br /><br />"Ôu<span style="font-size:130%;">, não me assusta, não</span>", gritei. "Tá cedo para eu ficar viúva."<br /><br />Mas na mesa da sala, esquecida entre o notebook e a mamadeira de leite, estava a culpada, duas folhas impressas, bem dobradinhas. Lia-se “Auto-estima: dicas e terapias para uma vida melhor”.<br /><br />Pelo menos ele sabe ler.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-66452538757225218452008-02-12T11:55:00.000-02:002008-02-12T12:20:10.715-02:00Parte 12 - Back to BlackSempre que alguém diz "Sou muito livre",<br />eu entendo "Sou muito egoísta".<br />Sempre que alguém diz "É para o seu bem",<br />eu entendo "Eu prefiro assim".<br />Sempre que alguém diz "Só mais essa chance",<br />eu entendo direitinho, em alto e bom som.<br /><br />Então, esclarecidos os interesses e preocupações de<br />todas as partes (marido, filhos e amigos) resolvi me<br />desculpar publicamente pelo meu péssimo exemplo.<br /><br />Ora matar Pânico afogado, que audácia!<br /><br />Assim, sendo o caso de morte pensada e não de morte<br />morrida, volto para os cafés, chás e similares, e também<br />para os exercícios físicos. Só não volto para a dieta, ainda.<br />Nem tampouco para a retaguarda porque querido amigo<br />Pânico, ainda não te esqueci.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-52239172674481687272008-02-11T23:50:00.000-02:002008-02-12T00:39:10.254-02:00Parte 11 - Flashes do fim de uma semana difícil<p align="left"><span style="font-size:180%;"></span>Quinta-feira, as crianças voltaram para a escola.<br />E eu voltei para a cama.<br />Sexta-feira, as crianças voltaram da escola querendo brincar.<br />E eu voltei para cama.<br />Na verdade, passei pela cozinha.<br />2 mamadeiras e 3 long necks.<br />Paula resistiu, Nanda choramingou.<br />Pânico perdeu o rumo de casa.<br />E eu dormi muito bem, obrigada.</p><p align="left">Sábado, repetimos a receita.<br />Domingo, aproveitamos a sobra de sábado.</p><p align="left">Hoje, segunda-feira, meia-noite,<br />em frente a minha linda geladeira Brastemp,<br />cheguei a conclusão:<br /><span style="font-size:130%;">Vou matar Pânico afogado!!!</span><br /><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-78202556901815839812008-02-07T11:26:00.000-02:002008-02-08T02:23:13.784-02:00Parte 10 - A melhor adormecidaHoje, sou a princesa Aurora. <p></p><p>Dia 16 de dezembro, minhas filhas entraram de férias da escola. E eu caí num sono profundo. Hoje, às 8 da manhã, meu príncipe me acordou com um beijo de amor verdadeiro. E com 2 mamadeiras, despertou também todo o reino. De uniforme, mochila e colchonete, fomos todos espalhar a boa nova.</p><p>"<span style="font-size:130%;">Sorria mundo. É tempo de volta às aulas!".</span></p><p>Na porta, torci os dedos para sermos felizes para sempre. Pelo menos, durante a semana. É para isso que serve a opção <em>período integral</em>, pensei. Coloquei tudo e todo mundo no elevador e me despedi.</p><p>"Comportem-se e brinquem bastante. Tchau, princesas!".</p><p>Silêncio. Digno de um centro médico. Sem choro, sem briga, sem ninguém implorando a minha interveniência na disputa pelo piano das Superpoderosas. Ou pela geladeirinha. Ou pela motoca. Ou pelos quinhentos lápis de cor espalhados pela casa.</p><p>Tudo em silêncio. Tudo em ordem. Tudo de volta a rotina amada de sempre. Pois, meus amigos, uma coisa já aprendi. Não há nada melhor para manter o meu amigo Pânico quietinho que <span style="font-size:130%;">ordem, rotina e uma taça de vinho antes de dormir.</span> </p><p>Então, se me dão licença, vou voltar para cama. Ontem, excepcionalmente, foram 2 taças. Na verdade, acho que foi uma garrafa. Bebi a parte do príncipe também. O que importa, e me interessa, é que se fechar os olhos, volto para a última parte do sono profundo. </p><p>Inté.</p>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-53280192879729384632008-02-02T19:53:00.000-02:002008-02-08T02:13:20.142-02:00Parte 9 - Sobre lobos, ovelhas e casamentos que não acabamUma coisa é certa, junte 3 crianças e reze para não chegar a hora da brincadeira "vamos ver quem grita mais alto". É inevitável. Toda criança gosta de gritar. Na minha casa é uma maldição.<br /><br />Eu tolero. Pânico odeia.<br /><br />Na última visita à Vovó, juntei todo mundo e contei a estória do lobo, das ovelhas e da importância de não mentir. E principalmente não gritar. "Quando estiverem em perigo de verdade, vamos achar que estão brincando de gritar!". Deu certo por 15 minutos. A mais velha resolveu brincar de lobo, que caça as ovelinhas...e a gritaria recomeçou.<br /><br />Mas a dupla lobo e ovelha me fez lembrar de uma outra estória, esta realmente importante. Meu marido é um ótimo pai, um marido maravilhoso, mas tem dificuldade para se entender com Pânico - eles não se batem, se odeiam, e morrem de ciúme um do outro. Talvez pelo fato de eu ser 17 anos mais nova, não sei. O fato é que eles não conseguem dividir o mesmo lugar.<br /><br />Bom, a estória começa assim. Era noite, véspera de uma reunião importante para meu marido. Ele estava tenso e refazendo as lâminas de sua apresentação. Como jornalista, e totalmente ignorante em assuntos de economia, sempre ofereço ajuda na revisão de texto. Mas naquela noite, também estava tensa, e de guarda. Pânico havia aparecido mais cedo e eu estava monitorando seus passos.<br /><br />Cheiro de pólvora no ar. E suor. Então, mirei. "Está tudo bem aí?". E acertei no que me esforçava para não ver. "Não, acho que não estou me sentindo bem." Então, somos 2, pensei. E abra-te Sésamo, éramos 3. Ao desviar a atenção, deixei Pânico entrar.<br /><br />Mas aquela não era uma noite para brincadeiras. Naquele notebook estava o nosso futuro e a segurança de nossa família. E meu marido, pobre mortal, entregou-me nos braços de seu rival. "Hoje não, por favor. Não faça isso comigo. Não queira disputar atenção. Cresça e resolva sozinha o seu problema."<br /><br />Muito cruel.<br /><br />Então ouvi Pânico sussurar, "Vamos, ovelha". Em 20 minutos estávamos no hospital. E em outros 40 em casa outra vez.<br /><br />Viver com Pânico é viver entre a cruz e a espada.<br /><br />Depois deste dia, criamos códigos. Quando Pânico está se aproximando, digo "Vamos mudar de assunto". Quando Pânico está comigo, digo "Não quero falar disso agora". Quando meu marido está com dor de cabeça, ou não se sente bem, ele diz "Estou apenas cansado. Nada demais".<br /><br />Hoje, 2 de feveiro, dia de Iemanjá é também meu aniversário de casamento. Minhas filhas fizeram o café da manhã. De tarde, vimos um filme pela metade. Pedi para mudarmos de assunto. Deixei as crianças na Vovó. Saí sem dar tchau. Me arrependi. Voltei e beijei muito as duas, muito muito. No carro, de volta para casa, meu marido pediu para escolher uma música especial. Disse que não queria falar de músicas especiais. Colocamos no <em>random</em>.<br /><br />Hoje, 2 de fevereiro, Pânico apareceu mas ficou bem pouquinho. Talvez por causa da Rainha do Mar, talvez por causa de nossos códigos, mas tudo deu certo. Sem ovelhas, sem lobos. Como qualquer dia normal. Marido, amo muito você. E acredite, vai dar tudo certo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-83000594711742127632008-01-29T14:34:00.000-02:002008-01-29T15:27:08.301-02:00Parte 8 - O pior amigo do mundo<blockquote>Filho é a coisa mais surreal do mundo. Primeiro nasce no<br />coração, do desejo absurdo de ter alguém pra chamar<br />de seu. Porque é isso. É posse. Nasce e cresce em mim,<br />é meu.<br /><br />Depois a loucura vai ficando maior. Filho carrega a<br />ampulheta do tempo. Minta para o mundo, até para<br />si mesmo. Mas a sua minicópia não se deixa enganar.<br />E para o resto dos seus dias a aouvirá dizendo "Lembra?".<br />"Eu lembro!".<br /><br />Mas a loucura pode ficar ainda maior. Minicópias são<br />minicópias. Mas não esqueçam Darwin, são minicópias<br />melhoradas ou com potencial para serem melhores.<br />Muito bom, não é. Até chegar o dia de virar a ampulheta.<br /><br />Aconteceu assim comigo. Depois de encontrar a fadinha do<br />sonho, minha filha de 4 anos me acordou na cama e depois<br />de um longo abraço me disse, em segredo, bem baixinho ao<br />ouvido: "Acorda mamãe, tá tudo bem. Vai dar tudo certo!".<br /><br />Qual nada. Em questão de segundos senti no cangote o bafo<br />quente do meu amigo Pânico, profetizando suas<br />intermináveis teorias de conspiração - "se a menina está<br />pronta, é chegada a sua hora." E quanto mais olhava minha<br />filha, ali tão radiante e cheia de si, mais argumentos<br />encontrava aquele mexeriqueiro.<br /><br />Para o bem da família, me afastei da minha princesa. E<br />respirei fundo. E fiz Pânico acreditar que estava surda -<br />para ele e para ela, infelizmente. E como me doeu. Então<br />achei mais fácil ficar realmente surda, para o mundo inteiro.<br />E depois de alguns dias, ele se rendeu.<br /><br />Filhos são uma loucura mesmo, surreal. Pois não é que a<br />pequena também aprendeu a enganá-lo...e nunca fomos<br />tão unidas, minha Cinderela e eu. Pânico não consegue ler<br />declarações especiais de amor. E se cansa.<br /><br />Mas o bafo, é bom dizer, volta e meia aparece.<br /></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-72824787263352619262008-01-28T16:27:00.000-02:002008-01-28T16:58:05.758-02:00Parte 7 - Para entender o próximo capítuloComo todos os outros relacionamentos entre seres humanos,<br />o meu com Pânico também não tem <span style="font-size:130%;">nada de lógico</span>. Vivemos<br />num mundo maravilhos só nosso, onde ninguém entra, e óbvio,<br />a gente também não sai. É o<span style="font-size:130%;"> paraíso dos amantes</span>,<br />diria...e dos que <span style="font-size:130%;">gostam de emoções</span>. <p></p><p>A premissa é única: em nossa vida, tudo que é <span style="font-size:130%;">bom dura<br />pouco</span>. E é <span style="font-size:130%;">bom que continue assim</span>.<br /><br />Explico-me. Por mais cruel que seja viver na ansiedade,<br />ela é o berço de nosso amor. Quando as coisas vão bem e,<br />de repente, vão mal, é ótimo. Estatisticamente, é o que mais<br />acontece com as pessoas. É o normal. Nós gostamos do normal.<br /><p><br /></p><p>Mas quando as coisas vão bem e continuam bem durante muito<br />tempo, aí sim é o caos! Felicidade eterna tem cheiro de fim de<br />filme, lembra uma pedra com nome num gramado verdinho.<br /><p><br /></p><p>É por isso que criança boa é criança que chora. Férias na praia<br />tem que chover um pouco. Festa de aniversário tem que faltar<br />alguma coisa. Foto memorável tem que sair borrada. Mas,<br />entenda, não é torcer para tudo dar errado, mas para que tudo<br />seja <span style="font-size:130%;">normal,</span> estatisticamente normal.</p><p><br /><p>E entenda-se normal por <span style="font-size:130%;">infelicidades numa situação<br />sob controle</span> porque aqui, nem eu nem Pânico,<br />rasgamos dinheiro. Ainda!<br /></p><blockquote></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-18003857510548162422008-01-26T01:12:00.000-02:002008-01-27T18:40:20.619-02:00Parte 6 - E agora, Maria?<blockquote><p>E não é que Maria tinha razão. Depois daquela noite, havia<br />encontrado minha <span style="font-size:130%;">nova obsessão</span>. Deixei de lado o<br />policiamento racional e passei a <span style="font-size:130%;">monitorar minha<br />respiração</span>. Calma e pausadamente. Enche. Esvazia.<br /><span style="font-size:130%;">Enche. Esvazia</span>...<br /><br /><span style="font-size:130%;">"Por que não entra para a natação já que yoga<br />ainda é demais para sua cabeça</span>?", perguntou meu<br />digníssimo marido. Era, sem dúvida, uma excelente idéia.<br />Nunca esqueci de uma professora de Psicologia da época da<br />faculdade que dizia que neuróticos, compulsivos e obsessivos<br />são como peixes, só sobrevivem na água. E se a velha<br />estava certa, <span style="font-size:130%;">Pânico então era o quarto elemento.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br />Segunda-feira, 10 da manhã, todos na piscina. Quarta, sexta<br />e segunda de novo. No fim de 3 meses, era como se tivesse<br />nascido dentro de uma banheira. Eu estava apaixonada e,<br />acredito, meu amigo Pânico também. Pois durante esse<br />tempo <span style="font-size:130%;">não tive notícias dele.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br />Mas o santo começou a desconfiar, e claro, eu também.<br />Até um dia, imagine você, que resolvi perguntar<br /><span style="font-size:130%;">"Ei, amigo Pânico, você está aí?". </span></p><p><span style="font-size:130%;">Foi o meu segundo grande erro.</span><br /></p></blockquote><span style="font-size:130%;">.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-72155591834962850572008-01-25T16:18:00.000-02:002008-01-26T01:00:16.672-02:00Parte 5 - (Des) Construindo regras<blockquote><p>Posta para fora da cama, e da preguiça, era hora de assumir<br />a minha vida nova. "<span style="font-size:130%;">As mudanças</span>", sussurrava meu amigo<br />Pânico, "<span style="font-size:130%;">têm que acontecer de fato, e de fé</span>"."Ou<br />você tripudia e me derrruba de novo", pensei... já<br />arrependida de ter pensado.<br /><br />Dito e feito. Uma leve tontura me lembrou que <span style="font-size:130%;">respeito</span><br />é a regra mestra da <span style="font-size:130%;">convivência pacífica</span>. E como todas<br />as outras coisas da vida, eu e Pânico também tínhamos <span style="font-size:130%;">coisas<br />a combinar.</span> Sobre ele, sabia apenas que não acreditava em<br />nada que era divino, místico ou maravilhoso, e se tornava<br />violento sempre que lhe dava muita atenção. Daí criei<br />as 3 regras de ouro da <span style="font-size:130%;">vida saudável</span> com Pânico:<br /><br /><span style="font-size:130%;"><strong>"Não dê ouvidos ao Pânico"<br />"Não dê atenção ao Místico"<br />"Dê sempre crédito às coincidências".</strong><br /><strong></strong><br /></span>Era o começo de uma revolução verdadeiramente revolucionária.<br />Eu, espiritualista fervorosa, sensitiva, que acreditava em cura<br />por energia, com livros de Kardec espalhados pela casa, joguei<br />minha <span style="font-size:130%;">intuição no lixo</span> e forcei-me a acreditar em<br /><span style="font-size:130%;">coincidências</span>.<br /><br />Mas, sejamos francos, até <span style="font-size:130%;">coincidências têm limite</span>.<br />É como colocar a água do São Francisco no Lago Paranoá.<br />Tem coisas que a gente sabe que sabe mas <span style="font-size:130%;">não sabe<br />dizer o como nem o porquê</span>. Apenas que não é<br />coincidência. <span style="font-size:130%;">Primeiro furo </span>no bote.<br /><br />E mais. Não existe nada saudável com <span style="font-size:130%;">Não</span> estampado na<br />camiseta. <span style="font-size:130%;">Saudável é livre</span>, saudável é sim. E com<br /><span style="font-size:130%;">dois furos</span>, não há bote que se sustente.<br /><br />Depois de 2 semanas de intenso exercício mental, criando<br />regras, mandamentos e premissas, <span style="font-size:130%;">fui resgatada por<br />Maria</span>, veja que <span style="font-size:130%;">ironia</span>, minha filha mais nova. Para<br />fazê-la dormir, depois de horas de sacolejo para lá e pra cá,<br />eis que resgato o infalível "Acabou chorare". Foi zumzum<br />e pronto. E como por encanto, caímos as duas num<br />sono profundo.<br /><br />Foi também Maria que criou o <span style="font-size:130%;">primeiro passo</span> para<br />vida feliz, que serve como uma luva para o relacionamento<br />entre eu e Pânico: <strong>R</strong><span style="font-size:130%;"><strong>espire. Calma e pausadamente</strong>.</span> </p><p>Depois disso, Pânico passou a me respeitar também.<br />Um pouquinho, é verdade. Mas os livros voltaram para a sala.<br /><br /></p></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-31866031226722153372008-01-14T14:39:00.000-02:002008-01-14T15:34:06.715-02:00Parte 4 - Sobre PPPs (Períodos Pós Pânico)<blockquote>"Ah, bem aveunturados os que aproveitam com prazer os<br />períodos pós-pânico! Os que gozam da piedade alheia<br />sem a menor cara de pau. Bem aventurados os que delegam<br />suas responsabilidades na tribo e se entregam ao deleite<br />de não fazer absolutamente nada!"</blockquote><blockquote><p>Lavrada a parceria, e extintas as dúvidas médicas<br />(e místicas), <span style="font-size:130%;">eu e meu amigo Pânico voltamos<br />para casa como verdadeiros mártires.</span> O primeiro<br />embate formal havia sido espetacular e a família estava<br />sedenta por informações - casos assim tem grande<br />valor notícia nas redes socias do interior. Ah, se tem!</p><p>Nós dois gozamos então de brisa e água fresca. Por<br />recomendação médica, nos afastamos da cozinha, do<br />carro e até mesmo das crianças. Não tínhamos ocupação<br />nenhuma - nem pré nem pós. Não tínhamos nada. Não<br />fazíamos nada. Não pensávamos em nada.</p><p>Porque, na vida real, é assim que a maioria dos enfermos<br />da mente são tratados. A primeira coisa e deixá-los<br />descansar. Faz-se então um pouco de suas vontades, um chá,<br />um lanchinho na cama, um passeio no fim do dia para pegar<br />um pouco de sol... e <span style="font-size:130%;">acabou, meu amigo</span>!<br /><span style="font-size:130%;">Levanta que a vida continua</span>!</p><p>E aí que o ser humano mostra sua verdadeira face do mal.<br />Na lógica humana (de maridos e mães, principalmente) não<br />existe a expressão "um pouco melhor". Se levantar da cama,<br />já era. Não volta mais. Tá ótima. Te suspendem até os<br />calmantes naturais e, como não poderia ser diferente, o<br />assunto entra para o hall dos "<span style="font-size:130%;">não pronunciáveis</span>".</p><p>Não se fala. Não se lembra. Nunca existiu.</p><p><span style="font-size:130%;">"Que dó!"</span> Foi a segunda vez que meu amigo<br />Pânico falou comigo.<br /></p></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-84081695817890295942008-01-13T00:36:00.000-02:002008-01-25T16:17:56.058-02:00Parte 3 - Frente a frente com o esquecido<blockquote><p>Era inverno, junho ou julho, não tenho bem certeza. Mas<br />enfrentava a<span style="font-size:130%;"> minha milésima crise de amigdalite</span> –<br />as mulheres da minha família sofrem na pele o ônus<br />de não dizer (sempre) o que pensam. Febre, tosse e uma<span style="font-size:130%;"><br />petit discussão</span> à mesa do almoço. “Quem mantém o<br />bom humor com o nariz entupido?”.<br /><br />De volta ao quarto senti a perna cambalear. Fraqueza,<br />na certa. Mas aquele não era um filme novo, no<br />fundo, <span style="font-size:130%;">sabia que seria uma revanche</span>. Ao deitar,<br />senti o ar faltar, comecei a me sentir tonta, enjoada, e<br />como num golpe direto senti o coração disparar.<br /><span style="font-size:130%;">Era o segundo sinal.</span> Minha fé e minha crença em<br />convenções caíram por terra – estava desmascarada<br />a farsa. Aquela era a minha hora.<br /><br />Devo ter feito cara de enterro porque não<br />precisei insistir para ser levada ao hospital.<br />O banco recostado e as janelas bem abertas deixavam<br />apenas o motorista mais calmo porque, naquela<br />altura, não sentia mais as pernas. <span style="font-size:130%;">E o caos se<br />instalou, devastador</span>. Logo os braços também<br />ficaram dormentes, o que seguiu com a língua<br />e o nariz. Fui tirada do carro paralisada, levada<br />ao pronto-socorro numa cadeira de rodas. </p><p>Sentada em frente a minha cama, pude ver<br />pela cortina uma senhora com as mãos entrelaçadas<br />em um terço – <span style="font-size:130%;">uma chance à redenção</span>. Chamei-a<br />e perguntei se poderia rezar um pouco por mim.<br />Como uma serva, sem pronunciar uma só palavra,<br />segurou firme a minha mão.<br /><br />E assim conheci a verdadeira face daquele<br />meu algoz – senti como nunca antes <span style="font-size:130%;">medo</span> mais<br />sombrio, o <span style="font-size:130%;">desespero </span>mais feroz e a certeza<br />inquestionável que não haveria <span style="font-size:130%;">tempo para cura</span>.<br /><br />E assim, se apresentou: “<span style="font-size:130%;">Acalme-se. Sou apenas Pânico</span>!”.<br /><br />E, como em respeito a uma entidade, aceitei a condição -<br /><span style="font-size:130%;">e nunca mais fui a mesma!<br /><br /></span></p></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-80951627296588776362008-01-13T00:24:00.000-02:002008-01-13T00:35:50.521-02:00Parte 2 - E fez-se o enredo<blockquote><p>Essas coisas são mais fáceis de explicar para aquelas pessoas<br />que gostam de <span style="font-size:130%;">filmes de suspense</span>. É uma receita de bolo.<br />Dá-se o primeiro ato assustador e a vida da mocinha volta<br />ao normal. Ela acha que é uma loucura pensar naquilo, que<br />foi um <span style="font-size:130%;">fato pontual</span> e que, entre fraldas, contas e parentes,<br />há muito mais com o que se preocupar.<br /><br />Até que um dia, conversando com a filha de 4 anos, aquela<br />sensação gelada aponta de novo pela espinha. Aí <span style="font-size:130%;">o enredo<br />é descrito </span>e novos personagens são apresentados. </p><p><br />A minha estória também continua assim. Depois da falsa<br />crise de Labirintite, <span style="font-size:130%;">passei a construir e conectar<br />repertórios. </span>Lembrei de minha primeira visita a um centro<br />espírita, quando criança. Lembrei de minha <span style="font-size:130%;">intuição</span> afiada<br />adolescência e minha neurose com a <span style="font-size:130%;">energia</span> das pessoas.<br /></p><p>Lembrei da <span style="font-size:130%;">fascinação</span> da minha filha mais velha por <span style="font-size:130%;">liturgias<br />católicas</span> e da dificuldade de convencê-la a sair de igrejas.<br />Lembrei de como a voz dela se aveludava perto de <span style="font-size:130%;">altares</span>.<br />E de <span style="font-size:130%;">como ela brilhava</span>.<br /><br />Lembrei de como foi impossível não colocar Maria no nome<br />de minha segunda filha. Lembrei de minha <span style="font-size:130%;">fascinação pelo mar.<br /><br />Agora um pause.</span> Como é fácil perceber, na época,<br />considerei apenas os acontecimentos <span style="font-size:130%;">místicos e<br />maravilhosos</span>. E de perto, não são tão maravilhosos assim.<br />Toda criança se admira com o novo. Todo adolescente segue<br />um padrão de rebeldia (intuição afiada então é muito<br />da mentira). Liturgias católicas são realmente bonitas e<br />ninguém quer ir para casa e perder uma festa com música.<br />Toda voz fica aveludada no tom baixo. E me recuso a<br />comentar nomes.<br /><br />Mas, naquele momento, todas essas <span style="font-size:130%;">coisas se conectavam</span><br />de maneira tão perfeita que sim, era <span style="font-size:130%;">impossível não se<br />deixar seduzir</span>. E repertório são sempre sedutores,<br />denifitivamente.<br /><br />Bom, no fim de 4 meses eu havia me tornado uma<br />pessoa <span style="font-size:130%;">espiritualista por natureza</span> e a vida se tornara<br />uma seqüência de sinais. Mas com sol em escorpião e<br />ascendente em touro, <span style="font-size:130%;">passei a controlar e possuir<br />esses sinais.</span> Eles eram mensagens para mim.<br />E só eu, <span style="font-size:130%;">porque era eu a escolhida</span>,<br />poderia decodificá-los.<br /><br />Imagine uma <span style="font-size:130%;">convenção cognitiva</span> com<br />cadeiras para quem quisesse entrar: Buda,<br />Jesus, Alá, Iemanjá, pastores, ministros e santos de<br />todo tipo e linhagem. Pois era assim que maculava o velho<br />amigo “sensação gélida” e era assim que, do alto da<br />minha saberia, <span style="font-size:130%;">postergava a nova aparição do caos</span>.<br /><br />Porque ele chegou. E desta vez mostrou do<br />que <span style="font-size:130%;">realmente era feito</span>.<br /></p></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-10822628537904356172008-01-13T00:09:00.000-02:002008-01-13T00:24:39.404-02:00Parte 1 - Do caos ao Lama<blockquote>A minha estória com meu amigo Pânico começou há uns 2 anos, <span style="font-size:130%;">de um jeito muito particular.</span> Digo particular porque, é bom esclarecer cedo, serei muito cuidadosa com as palavras. Pânico é um ser sensível, e atento. Digamos então que fui, na verdade mais si<span style="font-size:130%;"><span style="font-size:100%;">ncera,</span> convencida a aceitá-lo como <em>partner</em>. </span>É aquela velha estória, se não pode ir contra o inimigo, convide-o para um chá!<br /><br />Nosso primeiro encontro aconteceu durante um almoço. Ele apareceu <span style="font-size:130%;">como um</span> <span style="font-size:130%;">zumbido no ouvido</span>, do tipo Labirintite, e me acompanhou durante o café.<br />Último gole, xícara no pires e deu-se o caos. <span style="font-size:130%;">Tudo assim,<br />muito rápido</span>. O zumbido foi tomando proporções que<br />extrapolavam qualquer bom senso. Do caixa, fui direto para o hospital.<br /><br />Labirintite é assim. Se seu pai tem, e sua avó teve, você<br />provavelmente terá também. <span style="font-size:130%;">Só que não aos 28 anos</span>.<br />E sentada na sala de espera do Otorrino, senti as coisas se<br />acalmarem. Mas, pelo sim, pelo não, fiquei para a consulta.<br /><br />Dei a ficha completa – o mais multidisciplinar possível. Mãe<br />de 2 crianças, marido trabalhando demais, lista de espera para<br />consertos em casa. <span style="font-size:130%;">“Clássico”,</span> ouvi. E clássica também<br />foi a recomendação – descanso, chá e um calmante leve,<br />se tiver. “Com sorte, não passará de um susto!”,<br />completou. <span style="font-size:130%;">“Menos mal”.</span><br /><br />Mas de menos, aquele mal não tinha nada. Voltei para casa com<br />um saquinho de chá japonês, um punhado de incensos e uma<br /><span style="font-size:130%;">sensação gelada</span> de que o zumbido <span style="font-size:130%;">era um<br />primeiro sinal</span>. Seja pela fé, ou pela ciência,<br />era preciso prestar atenção. E esse, meus amigos,<br />descobri mais tarde, foi <span style="font-size:130%;">o meu primeiro grande erro</span>!<br /><br /></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3227558466642935281.post-15691335143905188132008-01-11T16:42:00.000-02:002008-01-12T19:42:30.301-02:00A maldição do amigo eterno<blockquote>Estava eu sendo atacada por todos os lados. Crianças, marido,<br />trabalho, a lâmpada queimada do banheiro e a lista de compras<br />na geladeira apontavam ininteruptamente em minha direção:<br /><span style="font-size:130%;">"Culpada! Culpada! Culpada</span>".<br /><br />E foi assim, sem nenhuma explicação, que fui<br />arrebatada. <span style="font-size:130%;">Coração em fúria, pulmões em colapso</span> e,<br />como num sussuro, a revelação..."<span style="font-size:130%;">você foi a escolhida</span>".<br /><br />Deste dia em diante, como que um encosto, <span style="font-size:130%;">uma maldição<br /></span>ou um cachorro carente, eu e meu amigo pânico nos<br />tornamos fieis e leais parceiros. Ele não me deixa e eu<br />não deixo de pensar nele. Somos amigos para sempre.</blockquote>.Unknownnoreply@blogger.com0