sábado, 26 de janeiro de 2008

Parte 6 - E agora, Maria?

E não é que Maria tinha razão. Depois daquela noite, havia
encontrado minha nova obsessão. Deixei de lado o
policiamento racional e passei a monitorar minha
respiração
. Calma e pausadamente. Enche. Esvazia.
Enche. Esvazia...

"Por que não entra para a natação já que yoga
ainda é demais para sua cabeça
?", perguntou meu
digníssimo marido. Era, sem dúvida, uma excelente idéia.
Nunca esqueci de uma professora de Psicologia da época da
faculdade que dizia que neuróticos, compulsivos e obsessivos
são como peixes, só sobrevivem na água. E se a velha
estava certa, Pânico então era o quarto elemento.

Segunda-feira, 10 da manhã, todos na piscina. Quarta, sexta
e segunda de novo. No fim de 3 meses, era como se tivesse
nascido dentro de uma banheira. Eu estava apaixonada e,
acredito, meu amigo Pânico também. Pois durante esse
tempo não tive notícias dele.

Mas o santo começou a desconfiar, e claro, eu também.
Até um dia, imagine você, que resolvi perguntar
"Ei, amigo Pânico, você está aí?".

Foi o meu segundo grande erro.

.

Nenhum comentário: