domingo, 13 de janeiro de 2008

Parte 2 - E fez-se o enredo

Essas coisas são mais fáceis de explicar para aquelas pessoas
que gostam de filmes de suspense. É uma receita de bolo.
Dá-se o primeiro ato assustador e a vida da mocinha volta
ao normal. Ela acha que é uma loucura pensar naquilo, que
foi um fato pontual e que, entre fraldas, contas e parentes,
há muito mais com o que se preocupar.

Até que um dia, conversando com a filha de 4 anos, aquela
sensação gelada aponta de novo pela espinha. Aí o enredo
é descrito
e novos personagens são apresentados.


A minha estória também continua assim. Depois da falsa
crise de Labirintite, passei a construir e conectar
repertórios.
Lembrei de minha primeira visita a um centro
espírita, quando criança. Lembrei de minha intuição afiada
adolescência e minha neurose com a energia das pessoas.

Lembrei da fascinação da minha filha mais velha por liturgias
católicas
e da dificuldade de convencê-la a sair de igrejas.
Lembrei de como a voz dela se aveludava perto de altares.
E de como ela brilhava.

Lembrei de como foi impossível não colocar Maria no nome
de minha segunda filha. Lembrei de minha fascinação pelo mar.

Agora um pause.
Como é fácil perceber, na época,
considerei apenas os acontecimentos místicos e
maravilhosos
. E de perto, não são tão maravilhosos assim.
Toda criança se admira com o novo. Todo adolescente segue
um padrão de rebeldia (intuição afiada então é muito
da mentira). Liturgias católicas são realmente bonitas e
ninguém quer ir para casa e perder uma festa com música.
Toda voz fica aveludada no tom baixo. E me recuso a
comentar nomes.

Mas, naquele momento, todas essas coisas se conectavam
de maneira tão perfeita que sim, era impossível não se
deixar seduzir
. E repertório são sempre sedutores,
denifitivamente.

Bom, no fim de 4 meses eu havia me tornado uma
pessoa espiritualista por natureza e a vida se tornara
uma seqüência de sinais. Mas com sol em escorpião e
ascendente em touro, passei a controlar e possuir
esses sinais.
Eles eram mensagens para mim.
E só eu, porque era eu a escolhida,
poderia decodificá-los.

Imagine uma convenção cognitiva com
cadeiras para quem quisesse entrar: Buda,
Jesus, Alá, Iemanjá, pastores, ministros e santos de
todo tipo e linhagem. Pois era assim que maculava o velho
amigo “sensação gélida” e era assim que, do alto da
minha saberia, postergava a nova aparição do caos.

Porque ele chegou. E desta vez mostrou do
que realmente era feito.

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